segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um Pouquinho de História

Propaganda Nazista


A Propaganda, é a tentativa coordenada para influenciar a opinião pública através da utilização de meios de comunicação, foi habilmente utilizada pelo partido nazista, nos anos que antecederam e durante a liderança de Adolf Hitler da Alemanha (1933-1945).
Adolf Hitler
A propaganda nazista forneceu um instrumento crucial para a aquisição e manutenção do poder, e para a implementação das suas políticas, incluindo o exercício de guerra total e do extermínio de milhões de pessoas pelo Holocausto.

Quando subiu ao poder em 1933, Hitler estabeleceu um ministério da propaganda dirigido por Joseph Goebbles. Os objetivos do ministério eram assegurar que a mensagem nazi fosse espalhada através da arte, música, teatro, filmes, livros, rádio, material educacional e imprensa.
Joseph Goebbles
Durante a primavera de 1933, organizações estudantis, professores e bibliotecários nazistas elaboraram longas listas de livros que eles acreditavam serem impróprios para os alemães. Na noite de maio de 1933, por toda a Alemanha, os nazistas invadiram bibliotecas e livrarias e levaram para as ruas os livros censurados. Marcharam com tochas acesas, em passeata noturna, cantando hinos nazistas e queimando os trabalhos em imensas fogueiras.
Destruição de livros na Alemanha
Naquela noite, mais de 25.000 livros foram queimados. Alguns eram obras de escritores judeus, incluindo Albert Einstein e Sigmund Freud, a maioria dos livros era de autoria de não-judeus, incluindo americanos famosos como Jack London, Ernest Hemingway e Sinclair Lewis. Para os nazistas, já aqueles escritores pensavam de forma diferente da deles, não deveriam ser lidos.
Destruição de livros na Alemanha
Os censores nazistas queimaram livros escritos por Helen Keller, autora que superou a sua deficiência auditiva e visual tornando-se uma escritora respeitada. Ao ser informada sobre a queima dos livros, Helen respondeu "A tirania não pode derrotar o poder das ideias". Em comícios públicos em Nova Iorque, entre outros, centenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos protestaram contra aquela queima de livros, acusando as autoridades nazistas de uma clara violação dos direitos de expressão.
Helen Keller
As escolas também tiveram um importante papel na difusão das ideias nazis. Ao mesmo tempo que alguns livros foram retirados das salas de aula pelos censores, outros, recém escritos por autores nazistas, foram introduzidos para ensinar os estudantes a obedecerem incondicionalmente ao Partido, cultivarem o anti-semitismo, e amarem a Hitler.
"Rassekundliche" - painéis foram utilizados nas escolas para ensinar o ideal racial nazi
Após as aulas, as reuniões da Juventude Hitleriana e da Liga das Mulheres Alemãs treinavam as crianças para serem fiéis ao Partido Nazi. Dentro e fora das escolas, os jovens celebravam ocasiões como o aniversário de Adolf Hitler e a data da sua ascensão ao poder.
Cartaz que diz "Ajudem a Juventude Feminina"
O cinema, em particular, teve um papel importante na disseminação das ideias do anti-semitismo racial, da superioridade do poder militar alemão. Os filmes nazistas retratavam os judeus como seres "subhumanos" que se infiltraram na sociedade ariana. Em 1940 o filme "O Eterno Judeu" dirigido por Fritz Hippler, que retratava os judeus como parasitas culturais ambulantes, consumidos pelo sexo e pelo amor ao dinheiro.
Filme "O Eterno Judeu" de Fritz Hippler
Alguns filmes, como "O Triunfo da Vontade", de 1935 de Leni Riefenstahl, exaltava Hitler e o movimento Nacional Socialista. Duas obras de Leni, "O Festival das Nações" e "Festa da Beleza" (1938), mostraram os Jogos Olímpicos de Berlim, de 1936, promovendo o orgulho nacional com o sucesso do regime nazista naqueles jogos.
Filme "O Triunfo da Vontade" de Leni Riefenstahl
Jornais alemães, principalmente o Der Stürmer, o Tufão, publicavam caricaturas anti-semíticas para descrever os judeus. Depois que os alemães deflagraram a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polónia, em setembro de 1939, o regime nazi utilizou propagandas para causar a impressão de que os judeus eram também perigosos inimigos do Reich alemão.
Jornal "Der Stürmer"
O regime procurava obter o apoio, ou o "consentimento", da população alemã para as políticas que tinham como objetivo da remoção permanente dos judeus das áreas onde viviam alemães.

Durante o extermínio em massa dos judeus, os soldados da SS nos campos de extermínio forçavam as suas vítimas a apresentar uma fachada de normalidade em ocasiões em que vinham visitas ou em que tiravam fotos e filmavam os campos, chegando ao ponte de obrigar os que iam para as câmaras de gás a enviar cartões-postais para amigos e familiares dizendo que estavam a ser bem tratados e que viviam em excelentes condições, criando assim uma fachada de tranquilidade necessária para deportá-los.
Portão do Campo de Concentração de Auschwitz, onde se lê a frase "Arbeit macht frei", em português "O trabalho liberta"
Os discursos de Hitler são uma coisa que vale a pena observar, nomeadamente os quais se dirige à Juventude Hitleriana em 1934. Além do impressionante poder que ele exerce sobre estes jovens, a maneira como o filme foi filmado, dirigido, a escolha dos ângulos da câmara e a edição de som foram pensados para dar à cena um carácter épico, marcado pela fala do herói ao seu povo. É de realçar a violência na fala de Hitler nos momentos no qual ele cita a busca pela paz. A expressão corporal e a voz estão em nítida contradição com todos os sentidos da palavra paz.

Hitler usava uma linguagem simples, direta que o povo comum podia entender, sentenças curtas, slogans emotivos e poderosos. Ele parecia falar direto ao coração e expressar os seus próprios medos e desejos mais profundos.
Adolf Hitler a discursar
Os cartazes eram baratos e de fácil distribuição. Eram colocados em locais estratégicos e de fácil visualização e recordavam constantemente a ideologia nazi.
Cartaz "Um Povo, Um País, Um Líder"
Cartaz "Juventude Serve o Führer. Todas as crianças com 10 anos na Hitleriana"
Cartaz "Hitler está a construir. Ajudem-no. Comprem produtos alemães."
Cartaz "O culpado da guerra"
No que tocava à rádio, não se apanhava emissões estrangeiras. Todas as emissões passavam primeiro pelo gabinete de propaganda Nazi. Goebbels classificava a rádio como sendo "a arma espiritual do estado totalitário".
Cartaz "Toda a Alemanha ouve o Führer no rádio do povo"

Mary Sweet

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